O papel da comunicação para o setor de água e saneamento

O papel da comunicação para o setor de água e saneamento

Por Kelly Lima, da Equipe Alter

A comunicação é um aliado imprescindível no atendimento do direito universal do acesso a serviços de água e saneamento. No caso do Brasil, em virtude de inúmeros desafios estruturais e conjunturais, o diálogo com a população é ainda mais importante para todos os agentes envolvidos. Esse é um dos compromissos da Lei 14.026, de 2020, que estabelece o novo marco legal do setor e estimula maior participação de investimentos de empresas privadas.

A novo arcabouço legal reforça a importância da prestação de contas na gestão dos recursos obtidos a partir da tarifa paga pelos usuários, que precisa priorizar a qualidade e a abrangência dos serviços para o cumprimento de metas estabelecidas. De acordo com o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) a previsão é de que o Brasil alcance a universalização dos serviços de água, esgoto e lixo até 2033.

As estatísticas oficiais deixam clara a dimensão do desafio. Dados do Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) informam que quase metade da população brasileira não contam com serviço de esgoto, ou seja, ou seja, um total de 100 milhões de pessoas desassistidas. Em relação ao abastecimento com água tratada, a cobertura do serviço deixa de alcançar 16% da população.

Ciclo ESG: Saneamento em pauta

A papel da comunicação na gestão de recursos hídricos vem adquirindo cada vez mais importância para o meio empresarial como um todo, e não apenas para as prestadores de serviços do setor. Informar a sociedade, os acionistas, os investidores e as comunidades no entorno sobre o uso da água nas operações passou a ser um relevante indicador de gestão sustentável. Mais precisamente no Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 6, das Nações Unidas, cuja meta é a de “assegurar a disponibilidade e a gestão sustentável da água e saneamento para todos”.

O uso da água nas atividades empresariais é, portanto, um aspecto fundamental das diretrizes ESG, que hoje norteiam a concessão de créditos nas instituições financeiras mais alinhadas com o desenvolvimento sustentável. Na Alter, estamos desenvolvendo a série de vídeos Ciclo ESG – Saneamento em Pauta, para a BRK Ambiental. Na série, concebida pela Alter desde a fase de naming e branding, a CEO da empresa, Teresa Vernaglia, embaixadora do ODS 6 no Brasil, entrevista uma série de especialistas, líderes empresariais, autoridades, e acadêmicos para falar do tema.

 

 

Já foram disponibilizadas no canal da BRK no YouTube as entrevistas de Teresa com Marta Sellier, secretária especial do PPI; com o CEO do Santander, Sérgio Rial; e mais recentemente, com a CEO da Microsoft no Brasil, Tania Cosentino.

Estar na produção dessa série, que tem programadas 10 entrevistas na primeira temporada, significa ir além do tema saneamento. Em sua essência, o abrange o ESG como um todo, uma vez que aborda os aspectos ambientais, sociais e de governança, todos imprescindíveis para o desenvolvimento do setor.

Comunicação em parceria

Preparar um briefing, pesquisar a fundo as relações dos entrevistados com o tema, fazer as correlações necessárias com o ESG e o saneamento e embasar teoricamente os conceitos são tarefas fundamentais para que, ao longo de 30 minutos de duração, os objetivos sejam alcançados. Dessa forma, as respostas surgem de maneira fluída, espontâneas e transparentes, atendendo à finalidade de formar conceitos e opiniões sobre o tema.

Posso dizer que são aulas, em que dois parceiros que entendem profundamente dos desafios, dos obstáculos e especialmente das oportunidades envolvidas, trocam ideias de maneira informal, como nos acostumamos nesta pandemia: com uma chamada de videoconferência.

Para a Alter, particularmente, é super gratificante trabalhar com a BRK Ambiental, a mais importante no setor privado de água e saneamento no Brasil, e ter da companhia a confiança para executar uma ideia tão importante, para dar visibilidade ao tema, a partir de sua CEO.

A BRK já vinha desenvolvendo a produção de conteúdo para o seu próprio blog, Saneamento em Pauta, que aborda as ações da empresa em todas as áreas em que atua. Além disso, a empresa já havia trabalhado com a Alter na construção do Aquasfera, hub digital criado em 2018 pelo Conselho Empresarial Brasileiro para o Desenvolvimento Sustentável (CEBDS). O projeto surgiu com o propósito de acompanhar as ações das 20 empresas que subscreveram o Compromisso Empresarial para a Segurança Hídrica, assinado no Fórum Mundial da Água, em sua edição no País.

A comunicação do tema água na Alter também integra um conjunto de ações desenvolvidas junto ao Instituto da Democracia e Sustentabilidade (IDS), como as duas Rodas de Conversas com Jornalistas, que tiveram como objetivo apresentar aos formadores de opinião, conceitos fundamentais para a preservação de mananciais. A iniciativa fez parte do projeto de contribuições do IDS e da The Nature Conservancy (TNC) na revisão tarifária da Sabesp, que resultou em um programa de financiamento de recuperação de mananciais, até então inédito no Estado de São Paulo.

Integrante da Rede Brasil do Pacto Global, a atuação da Alter nas questões relacionadas ao saneamento é apenas um dos caminhos para promover os ODS. E quando falamos de água não estamos falando de apenas um, mas de quase todos em que esse é um tema transversal. Temos muito trabalho pela frente.

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