“Amefricanidade” e “pretuguês” são termos que mostram a potência de Lélia Gonzalez (1935-1994). Precursora do feminismo negro brasileiro, a filósofa, antropóloga, professora e militante do movimento negro tem sua obra revisitada no livro “Por um feminismo afro-latino-americano”, organizado por Flavia Rios e Márcia Lima e lançado pela Zahar no mês da Consciência Negra.
Sua ousadia em desafiar os cânones de uma universidade dominada por brancos se refletia em textos que misturavam o “erudito” e o “popular”. Daí vem o “pretuguês” como a língua do Brasil, um falar que incorpora o conhecimento e a cultura negra. E a “amefricanidade” como uma categoria que une negros e negras de todo o continente americano.
Como disse a filósofa norte-americana Angela Davis, em recente passagem pelo Brasil: “acho que aprendi mais com Lélia Gonzalez do que vocês aprenderão comigo. Leiam Lélia Gonzalez!”. Este livro é mais uma tentativa de dar ao seu pensamento a devida importância.
Dica enviada por Alexandre Gaspari
