ODS 2: agricultura sustentável e alternativas ao agrotóxico

Agricultura sustentável e alternativas ao agrotóxico

Um dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável, especificamente o ODS 2, estabelecido pela Organização das Nações Unidas (ONU), em 2015, tem como tema Fome Zero e Agricultura Sustentável. O ODS 2 tem como objetivo principal, até 2030, “acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da nutrição e promover a agricultura sustentável”.

Na semana em que é celebrado o Dia do Controle da Poluição por Agrotóxicos, em 11 de janeiro, vem à tona a discussão sobre a importância da aplicação de técnicas da agricultura sustentável como uma alternativa ao uso de adubos químicos ou agrotóxicos no meio ambiente para mitigar os danos sociais, ambientais e econômicos.

Quais são as metas do ODS 2?

Além da do objetivo principal, que faz parte de um plano de ação global estabelecido pela ONU, o ODS 2 possui cinco metas específicas para orientar as ações dos estados-membros na busca para atingir este objetivo. São elas:

  • Meta 2.1 – Acabar com a fome e garantir a todos acesso a alimentos seguros, nutritivos e suficientes;
  • Meta 2.2 – Acabar com todas as formas de má-nutrição e atender às necessidades nutricionais dos mais vulneráveis;
  • Meta 2.3 – Dobrar a produtividade agrícola e a renda dos pequenos produtores de alimentos;
  • Meta 2.4 – Garantir sistemas de produção de alimentos sustentáveis e implementar práticas agrícolas resilientes;
  • Meta 2.5 – Manter a diversidade genética de sementes, plantas cultivadas, animais de criação e domesticados e suas respectivas espécies selvagens;

Soluções com a agricultura sustentável

A agricultura sustentável surge como uma solução no combate à fome, com capacidade de dobrar a produtividade agrícola e garantir, às gerações futuras, a capacidade de suprir as necessidades de produção. Para isso, este sistema alimentar parte da premissa de oferecer formas de cultivo que respeitam mais o meio ambiente, reduzindo custos e produzindo alimentos de boa qualidade e, portanto, mais saudáveis para a vida humana. Para que possa ser viabilizada, contudo, a agricultura sustentável precisa ser economicamente atrativa para o produtor.

As técnicas de plantio utilizadas na agricultura sustentável buscam, entre outras saídas, a conservação do solo a partir da aplicação de métodos de diferentes complexidades. A rotação de culturas é uma dessas técnicas, na qual o foco é, através da alternância entre o que é plantado em uma mesma área, manter a qualidade do solo com a reposição de nutrientes que as culturas anteriores esgotaram.

O uso de energias sustentáveis geradas no campo, como biomassa e biogás, também traz benefícios direto ao agricultor, como a redução de custos e independência de um distribuidor de energia. Além desses, a prática da agricultura orgânica, que consiste na não utilização de pesticidas e adubos químicos nos cultivos, é um dos principais pilares para uma agricultura sustentável.

Uso de agrotóxicos no Brasil

Atualmente, o Brasil sustenta um título a não ser comemorado. É um dos líderes globais em consumo de agrotóxicos. Apenas em 2020, o país aprovou registros de 493 produtos.

Em 2021, atingiu o recorde de 500 pesticidas liberados, maior número documentado pelo Ministério da Agricultura. De 2000 a 2020, mais de quatro mil agrotóxicos foram registrados no país. Entre os aprovados, há tipos que foram banidos em outras nações.

Os números tornam-se ainda mais preocupantes quando refletem as doenças e mortes de seres humanos. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), três milhões de pessoas são intoxicadas, anualmente, por agrotóxicos, sendo 2,1 milhões desse volume em países em desenvolvimento.

Mais de 20 mil pessoas morrem em decorrência das intoxicações, estatística que demonstra o alto impacto negativo causado pelo uso intensivo de agrotóxicos dentro e fora do ecossistema, causando potenciais danos à saúde do meio ambiente e do ser humano.

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